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terça-feira, 24 de novembro de 2009

Entrevista RE/MAX Collection


- "Este cliente tem uma diferente filosofia de estar na vida"

Depois da campanha de saldos e das bolsas de permutas a RE/MAX apresenta um novo produto "The RE/MAX Collection" a pensar no segmento de luxo. Beatriz Rubio, CEO da RE/MAX Portugal, falou à Negócios & Franchising sobre a nova aposta da marca.

Negócios & Franchising - Como é que surgiu a ideia de lançar a "The RE/MAX Collection"?

Beatriz Rubio- Até agora dedicámo-nos a criar muita quota de mercado, estarmos presentes em muitas localidades de Portugal e conseguir vender todo o tipo de produto de valor alto, médio e baixo. O que é que acontece? Com o produto de valor alto apercebemo-nos que o cliente quer um tratamento diferenciado.

N&F- O que é que define o produto?

Beatriz Rubio- É o agente comercial e o cliente que temos à nossa frente. Portanto o imóvel pode ter um preço elevado mas não estar inserido na melhor zona do mundo ou pode não ter os acabamentos indicados para o cliente da RE/MAX Collection. Este cliente tem uma diferente filosofia de estar na vida, portanto uma excelência diferente. Por isso, começámos a trabalhar uma revista diferente com uma selecção de imóveis que consideramos bons, mas é o vendedor que trabalha o imóvel junto daquele tipo de cliente.

N&F- Como é que têm corrido as outras iniciativas da marca (saldos e bolsa de permutas)?

Beatriz Rubio- Na RE/MAX sempre procurámos polivalência, acho que essa é uma das nossas características mais importantes. Já há três anos que lançamos os saldos, por iniciativa minha. Gosto de trabalhar o mercado imobiliário como se fosse um mercado de consumo, mesmo que seja um bem ou um serviço mas temos de pegar nessa casa e fazê-lo de uma forma diferente e conseguir vendê-la. Quando somos contactados temos de conseguir resultados e só o conseguimos com a venda do produto. O vendedor também só ganha dinheiro com a venda do produto. Pensámos por que não trabalhar isto como se fosse um mercado de consumo, quando lançámos os saldos. Em Outubro de 2008, surgiu esta crise financeira que se alastrou ao crédito. Então pensámos se o nosso maior problema é os clientes obterem crédito como é que vamos adaptarmos? Encontrámos então o sistema de permutas que tem sido um êxito tão grande que em Junho crescemos 12%, Julho 21% e Agosto 40%.

N&F- Neste momento são as transacções através de permutas que predominam?

Beatriz Rubio- Há um misto. Lançámos as permutas em Março e há todo um processo que tem de ser feito antes da concretização do negócio. Não é algo imediato. Mas este boom que tivemos deve-se realmente às permutas.

N&F- Esta crise financeira teve repercussões nas transacções de compra de casa? As pessoas voltaram a investir no mercado imobiliário?

Beatriz Rubio- Pode existir uma crise financeira mas se há a necessidade de ter uma casa maior as pessoas acabam por dar o passo. Imagine que amanhã tem trigémeos. São coisas que acontecem. Se não estava a pensar em engravidar, quanto mais em ter gémeos e vive num T1, vai precisar de uma casa nova. A necessidade existe e nós ao criarmos mais um canal de venda através das permutas conseguimos captar mais clientes, que porventura tinham deixado de ver as permutas como uma possibilidade. O mercado de luxo não tem muitas oscilações.

N&F- Na RE/MAX têm casas para todos os segmentos. Qual é o mais estável?

Beatriz Rubio- As casas que que não consideramos de luxo baixaram o preço, devido à crise. Enquanto que as de luxo não baixaram o preço e o nosso mercado aumentou a nível de vendas. Este ano, foram transaccionados quase 4 milhões no mercado de luxo, até ao final de Agosto. Acreditamos que 2009 vai ser um ano muito forte a nível deste segmento.

N&F- Qual é a reacção dos vossos franchisados a este tipo de iniciativas?

Beatriz Rubio- Adoram! Gostam das novidades que introduzimos na marca.

N&F- Como é que surgem estas iniciativas?

Beatriz Rubio- Após muita análise às tendências do mercado e acompanhamento dos nossos franchisados.

RE/MAX prevê crescer 25% este ano


A RE/MAX prevê fechar o ano com um total de 30 mil transacções realizadas em Portugal, mais 30% que no ano passado, e um volume de negócios de 1500 milhões de euros, ou mais 25% do que no ano anterior, disse Manuel Alvarez, presidente executivo da empresa, em comunicado.


Estas previsões têm por base os resultados atingidos até ao momento. O responsável da RE/MAX justifica o seu optimismo com o mercado que "está a retomar o dinamismo com uma maior abertura na concessão de crédito". 2010 "será o ano da retoma do sector" e a marca espera reforçar a presença no mercado nacional e "alcançar 20% do mercado de mediação em Portugal", sublinha.

Esta semana rede imobiliária anunciou que o número de transacções realizadas aumentou, em média, 36% ao mês no terceiro trimestre de 2009, face aos valores registados no ano transacto. No mês de Setembro, o crescimento foi ainda mais acentuado tendo adicionado 48% ao volume de transacções atingido no período homólogo. Em Julho o número de transacções aumentou 20% e em Agosto 40%. Os números de Outubro revelam que as transacções aumentaram 38% face ao mês homólogo.

A RE/MAX tem actualmente 214 agências e 2700 agentes associados. Em 2008, a RE/MAX mediou 22 mil transacções que representam um volume de negócios de 1,2 mil milhões de euros.

Até ao final do ano pretende abrir mais cinco agências e fechar 2009 com uma rede de 219 lojas.

A empresa vai também reforçar a aposta no segmento de luxo que deverá, em 2010, representar 20% do volume total de negócios da empresa e 5% do número total de transacções realizadas. A RE/MAX lançou recentemente a submarca RE/MAX Collection, para o segmento de luxo, que integra 50 agentes especializados. Até ao final do ano deverão ser mais de 100.