A moeda única está em máximos de 14 meses e pode atrapalhar a recuperação económica.
A moeda única parece imparável e ultrapassou ontem a barreira dos 1,50 dólares pela primeira vez em 14 meses, reforçando as preocupações na Europa de que um euro tão forte pode comprometer o ritmo da retoma económica.
O mercado continua assim a não responder aos múltiplos apelos de líderes europeus, que querem um dólar forte e, acima de tudo, um dólar que não penalize as exportações europeias. Nos últimos dias, Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu, veio outra vez a público pedir um "dólar forte", ao mesmo tempo que Jean-Claude Juncker, líder do Ecofin, admitia que a subida continuada do euro "é um problema que nos preocupa".
A explicação é simples. É que a valorização do euro face ao dólar torna as exportações europeias mais caras e, por isso, menos competitivas, o que pode atrasar a tão desejada recuperação da economia.
Os números falam por si. Desde Março último, altura em que as bolsas deram os primeiros sinais de vida, o euro já valorizou quase 20% contra a divisa norte-americana e os especialistas em mercados cambiais não esperam uma inversão desta tendência no curto prazo. Andreas Rees, economista-chefe do banco italiano Unicredit, por exemplo, prevê que a moeda comunitária chegue novamente aos 1,55 dólares em 2010 e só depois regresse ao valor actual de 1,50 dólares.
A puxar pelo euro tem estado a recuperação das bolsas e da economia mundial, dois factores que estão a aumentar o apetite dos investidores por activos de maior risco, reduzindo a procura pelo dólar, considerado um investimento de refúgio e de protecção contra a inflação.
Apesar deste desempenho, a moeda única europeia continua longe do máximo histórico de 1,59 dólares atingido em Abril do ano passado, altura em que o mundo sentiu os primeiros sinais da convulsão financeira.
Mas não é só contra o euro que o dólar está a perder terreno. A libra esterlina também disparou ontem face à divisa dos EUA para 1,66 dólares, um máximo de cinco semanas.
Isto depois de Mervyn King, Governador do Banco de Inglaterra, ter sinalizado, num artigo de opinião num jornal escocês, uma possível subida do preço do dinheiro no Reino Unido. "Nalguma altura" as taxas de juro vão ter de subir, escreveu o responsável.
Fonte: Economico
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
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